Sertanejos e prefeituras: como polêmica foi de ‘tororó’ de Anitta a shows investigados de Gusttavo Lima
Música
Publicado em 31/05/2022

Entenda, passo a passo, como crítica de Zé Neto a uma tatuagem de Anitta e à Lei Rouanet virou discussão sobre shows sertanejos bancados por prefeituras e virou até hashtag #CPIdoSertanejo.

Por g1

"E eu pensando que estava só fazendo uma tatuagem no tororó". O comentário irônico de Anitta resumiu a surpresa e as dúvidas de muita gente: como um discurso do sertanejo Zé Neto contra ela e a Lei Rouanet virou uma discussão sobre verbas públicas para sertanejos?

Entenda abaixo, em tópicos e links, tudo o que aconteceu neste caso até agora:

No dia 12 de maio, Zé Neto fez um discurso no palco em Sorriso (MT) ironizando a "tatuagem no toba" de Anitta e dizendo que eles são artistas que "não dependem da Lei Rouanet". Veja.

Ele virou alvo dos fãs de Anitta nas redes. No meio das críticas estava o fato de que Zé Neto ataca a Rouanet, mas faz shows com verbas de prefeituras, inclusive em Sorriso, por R$ 400 mil.

Este tipo de show não é exclusivo de Zé Neto e Cristiano. Sertanejos e artistas de outros estilos, inclusive Anitta, já ganharam cachês altos de prefeituras, como mostrou o g1 no dia 19 de maio.

A contradição entre as críticas à Lei Rouanet, cujos projetos passam por vários critérios e controles, e shows de prefeituras, feitos sem licitação, virou debate. Entenda a diferença.

Nas redes sociais, o tema entrou em alta, e ganhou até a hashtag #CPIdoSertanejo - não existe uma CPI de verdade, mas o assunto continuou repercutindo todos os dias.

O foco passou para Gusttavo Lima, que teve os maiores cachês revelados até agora. São 3 shows na mira do Ministério Público - o cantor não é investigado, mas sim as prefeituras.

O Ministério Público de Roraima abriu investigação sobre verba de R$ 800 mil a ele em São Luiz, cidade de 8 mil habitantes, 32% em extrema pobreza, mostrou o g1 em 24 de maio.

No dia 25 de maio, um cachê ainda maior para Gusttavo Lima, de R$ 1 milhão em Magé (RJ), foi divulgado.

No dia 26 de maio, Gusttavo Lima disse que "não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas".

No dia 27 de maio, outro show de Gusttavo Lima foi questionado pelo cachê de R$ 1,2 milhão em Conceição do Mato Dentro (MG), cidade com 17 mil habitantes.

Também no dia 27, o g1 mostrou que o dinheiro veio de recursos que só poderiam ser usados em educação, saúde ou infraestrutura.

No dia 28 de maio, a prefeitura de Conceição de Mato Dentro cancelou o show de Gusttavo Lima e de Bruno e Marrone.

Também no dia 28, Anitta fez o comentário no Twitter sobre a proporção que o comentário de Zé Neto tomou: "E eu pensando que estava só fazendo uma tatuagem no tororó".

No dia 29 de maio surgiu a informação de que a prefeitura de Conceição do Mato Dentro teria que pagar metade do cachê mesmo após cancelar. O prefeito diz que não vai pagar.

No dia 30 de maio o Ministério Público do RJ disse que vai investigar o evento de Magé.

Zé Neto não comentou a repercussão da crítica à Rouanet. Em show no dia 21 de maio ele disse, após seus fãs xingarem Anitta, que ia "rezar por essas pessoas" e não quer "incitar o ódio".

Zé Neto, Anitta e Gusttavo Lima — Foto: Divulgação

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