Depois de confirmar dois casos positivos de leishmaniose visceral humana nos primeiros dois meses deste ano, as autoridades do setor de saúde começaram uma campanha com orientações para alertar a população sobre os riscos de aumentar a incidência da doença que poder ter evolução crônica se não for diagnosticada e tratada logo no início, podendo causar sérios danos à saúde e até provocar a morte.
A Prefeitura de Ponta Porã, através da Secretaria Municipal de Saúde, em um trabalho conjunto com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS Fronteira) e o setor de Vigilância em Saúde, preparou material explicativo e educativo que está sendo disponibilizado para a população sobre o que é a leishmaniose humana, quais são os sintomas, como buscar tratamento disponível na rede pública e quais medidas são importantes para evitar o aumento no número de casos da doença. Em janeiro e fevereiro dois casos de leishmaniose visceral humana foram confirmados em Ponta Porã.
Conforme as informações, a leishmaniose visceral é uma zoonose de evolução crônica com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo, conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, entre outros.
A transmissão ocorre quando as fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da doença. Os principais sintomas são: febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Porã, o diagnóstico pode ser realizado por meio de técnicas imunológicas e parasitológicas, sendo fundamental que a pessoa infectada procure o médico quando surgirem os primeiros sintomas. Uma vez diagnosticada e quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores serão as chances de evitar agravos e complicações, até porque se não for tratada adequadamente pode ser uma doença fatal.
Apesar de grave, a leishmaniose visceral tem tratamento gratuito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os medicamentos disponíveis podem eliminar o parasita tanto no ser humano quanto nos animais. Os cães são os principais hospedeiros do parasita em área urbana.
A limpeza dos quintais é uma das principais medidas de prevenção da doença. Devem ser retiradas matérias orgânicas em decomposição como folhas, frutos, fezes de animais e qualquer tipo de entulho que favoreça a umidade do solo, locais propícios para o desenvolvimento do mosquito.
O trabalho de combate à doença que está sendo desenvolvido pelas autoridades municipais reforça para a comunidade a importância de dar destinação correta ao lixo orgânico para impedir o desenvolvimento de larvas do mosquito transmissor, assim como deve ser feita a limpeza dos abrigos dos animais domésticos.