Em alerta internacional sobre a febre amarela, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) destaca que número de casos em humanos e em animais registrados na região no último ano é o maior em décadas de vigilância sobre a doença.
Apesar de citar que sete países registraram casos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru e Suriname), o boletim divulgado destaca a situação brasileira -- "o único país a reportar novos casos em janeiro desse ano".
Segundo a entidade, só o Brasil teve 777 casos confirmados, 261 mortes e 1659 casos em animais entre o segundo semestre de 2016 e junho de 2017. Ainda, segundo a OPAS, houve um breve período de transmissão entre humanos no país, sem dar mais detalhes.
De fato, ao acompanhar os boletins divulgados pela entidade, os dados atuais destoam pelo alto número. No primeiro boletim disponível on-line (2003), a OPAS registrava nove casos na Colômbia. Um outro, de 2009, registrava 26 casos brasileiros confirmados, com 13 mortes.
A alta observada, destacou a OPAS, se deve tanto à uma população que não foi imunizada quanto às condições climáticas favoráveis à disseminação.
Segundo a OPAs, entre junho de 2017 até janeiro de 2018, 2296 casos em animais foram registrados, dos quais 358 foram confirmados, 790 não tiveram coleta e, por isso, foram registrados como indeterminados, e 461 foram descartados.
O estado com maior número de casos em animais foi São Paulo, com 322, diz a entidade. Casos em animais também foram reportados em Minas Gerais (32), Rio de Janeiro (3) e Mato Grosso (1).
A entidade reforçou ser a vacina a melhor forma de prevenção: ela garante imunidade de 80 a 100% após 10 dias e de 100% após 30 dias. Também uma única dose protege a vida inteira contra a doença -- sem necessidade de reforço, afirma a OPAS. No entanto, devido as limitações na disponibilidade da vacina, a OPAS chama atenção para prioridade em áreas de risco -- onde um mínimo de 95% de coberta vacinal é necessário.
Também, segundo a OPAS, a vacinação de rotina em crianças deve ser adiada para garantir a imunização em áreas de risco. "Quando houver disponibilidade, novas campanhas devem ser divulgadas para garantir a agenda de vacinação."
G1