‘MC Danny, não confunda’: conheça a campeã de hits da virada no Brasil
07/01/2022 05:49 em Novidades

Bordão da cantora combina com sua história surpreendente: paulista foi do funk consciente ao forró ousado, teve 2 das 30 músicas mais tocadas no mundo no reveillón e ganhou fãs como Anitta.

Por Rodrigo Ortega, g1

"MC Danny, hein... Não confunda!". Entre os bordões que invadiram a música brasileira, poucos são tão bons para introduzir a artista por trás dele. É fácil confundir MC Danny de várias formas antes de conhecê-la melhor.

Ela teve a 1ª e a 3ª músicas mais tocadas no Spotify no Brasil no réveillon ("Toma toma vapo vapo", com Zé Felipe, e "Ameaça", com Paulo Pires e Marcynho Sensação) - com isso, elas entraram até no top 30 global. Quem ouve de relance os forrós ousados pode ficar confuso sem saber que:

A nova voz da pisadinha é uma funkeira paulista. Ela tentava emplacar em SP há 10 anos, até virar queridinha do forró.

As letras são cheias de ousadias e quicadas. Mas Danny se formou no funk "consciente", sobre a realidade difícil das favelas.

Nas músicas, ela deixa homens doidos com relações sem sentimento. Na real, Danny vive tranquila com sua namorada.

Todo mundo está atrás da voz imponente, do ritmo e da liberdade feminina da artista que antes era ignorada.

Ela fechou 'feats' com Barões da Pisadinha e João Gomes, e sua equipe conversa com a de Anitta. Mas ela não quer se prender a uma fórmula - no funk nem na pisadinha.

Danielle Porto Deloste tem 23 anos e cresceu no Jardim Sinhá, Zona Leste de São Paulo. "Minha infância foi um pouco como a de toda periferia. Não tinha muito recurso. Minha mãe trabalhava em shopping, minha avó fazia uns bicos", conta.

A mãe e a avó são de Vitória da Conquista (BA). Em casa, Danny ouvia muito forró (Calcinha Preta, Xand Avião) e sertanejo (Bruno e Marrone). Mas ela se apaixonou ao ouvir o MC Daleste cantar sobre as cenas que ela via todo dia no Jardim Sinhá.

"Era um funk que mostrava a realidade da minha periferia, da minha vida, da minha casa", ela descreve. Aos 12 anos, a garota da Zona Leste resolveu virar MC do tal funk consciente, como o ídolo Daleste - assassinado durante um show em 2013.

"Desde os 12 anos eu já trabalhava também. Trabalhei em lava-rápido, entregando panfleto, em fast-food, fui gerente de loja de shopping. Foi difícil. O funk era meu sonho e trabalhar registrada era para me manter e comer."

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!